quinta-feira, 18 de abril de 2013

A dor de existir

A dor de existir
Lacan extraiu do budismo a noção de "dor de existir", inserindo-a em sua obra. A dor de existir é conseqüência da existência do sujeito no campo da linguagem. É o seu destino. Para existir como sujeito o homem está condenado a se alienar, a "ex-sistir" fora de seu corpo, identificando-se ao significante que o define, dependendo do Outro simbólico, que preexiste ao sujeito. A dor de existir surge quando o prazer dá lugar à dor na vida do sujeito, o desejo não está mais presente, manifestando-se o castigo por ter desejado. É a morte mordendo a vida.



A dor de viver                                                                                          
                                                                                              
A dor e o existir...
A vida se inicia
Vem a dor
Vem o ardor

A dor faz parte da vida
O parto partilha a dor
Dor da mãe
Dor do filho
Dor do pai

O bebê chora
Dor?
A mãe chora?
Dor?
O pai chora
Dor?

Dor de amor
Dor de corpo
Dor de alma
Dor psíquica
Quanta dor!

Mas, o ardor?
A dor do ar, da respiração...
Do nascimento
Da ânsia, do fogo,
A dor da angústia
Da morte.

Arde o coração por paixão
Dói o coração por ódio
Nós, homens tentamos nos livrar da dor...
É tão difícil sentir dor
.
Dor dourada
Dor que dura
Dor de nós dois
Que buscamos a vida sem dor

Para viver no coletivo
Consentir a perda
Perda girando dor
Dança de dor

Dor de existir
A dor e o ex-sistir
Corpo de dor
Dor do “partir”.

2 comentários:

  1. Eu gostei mais do texto que você escreveu para fazer a introdução do que da poesia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que você gostou do texto introdutório. Obrigada.

      Excluir