A dor de existir
Lacan
extraiu do budismo a noção de "dor de existir", inserindo-a em sua
obra. A dor de existir é conseqüência da existência do sujeito no campo da
linguagem. É o seu destino. Para existir como sujeito o homem está condenado a
se alienar, a "ex-sistir" fora de seu corpo, identificando-se ao
significante que o define, dependendo do Outro simbólico, que preexiste ao
sujeito. A dor de existir surge quando o prazer dá lugar à dor na vida do
sujeito, o desejo não está mais presente, manifestando-se o castigo por ter
desejado. É a morte mordendo a vida.
A
dor de viver
A
dor e o existir...
A
vida se inicia
Vem
a dor
Vem
o ardor
A
dor faz parte da vida
O
parto partilha a dor
Dor
da mãe
Dor
do filho
Dor
do pai
O
bebê chora
Dor?
A
mãe chora?
Dor?
O
pai chora
Dor?
Dor
de amor
Dor
de corpo
Dor
de alma
Dor
psíquica
Quanta
dor!
Mas,
o ardor?
A
dor do ar, da respiração...
Do
nascimento
Da
ânsia, do fogo,
A
dor da angústia
Da
morte.
Arde
o coração por paixão
Dói
o coração por ódio
Nós,
homens tentamos nos livrar da dor...
É
tão difícil sentir dor
.
Dor
dourada
Dor
que dura
Dor
de nós dois
Que
buscamos a vida sem dor
Para
viver no coletivo
Consentir
a perda
Perda
girando dor
Dança
de dor
Dor
de existir
A
dor e o ex-sistir
Corpo
de dor
Dor
do “partir”.
Eu gostei mais do texto que você escreveu para fazer a introdução do que da poesia.
ResponderExcluirQue bom que você gostou do texto introdutório. Obrigada.
ExcluirOlá, Sra. Rosa! De quem é esse poema "A dor de viver"?
ResponderExcluirO poema é de minha autoria. Obrigada
Excluir